Um grande VIVA para Timor-Leste e Xanana!

>> 20090829


"O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, reagiu hoje de forma expressiva a suspeitas de corrupção, lembrando que viveu mais de duas décadas sem dinheiro e “a ver a morte todos os dias”.

“Não é agora que vão dizer que ando a roubar dinheiro do Estado, vi muitas mortes à minha frente”, disse Xanana Gusmão, numa conferência de imprensa hoje em Díli, quando respondia a uma pergunta de uma jornalista de uma cadeia de TV australiana.

Segundo a ABC da Austrália, o primeiro-ministro timorense favoreceu uma empresa participada pela filha numa compra de arroz para o Estado.

“Em 1983, se quisesse, teria sido general na Indonésia, a receber muito dinheiro”, afirmou Xanana Gusmão, indignado e levantando a voz.

O chefe de Governo timorense referia-se a um acordo de cessar-fogo e a negociações que liderou pela resistência armada com os militares indonésios, num processo mediado por Mário Carrascalão, ex-governador de Timor-Leste naquele ano e hoje sentado na conferência de imprensa na qualidade de vice-primeiro-ministro, ao lado de Xanana Gusmão.

“Não é agora que vão dizer que ando a roubar dinheiro do Estado, a dignidade é minha e não é um ‘jornalistazeco’ da ABC que a vai pôr em causa”, declarou o primeiro-ministro, adiantando que já pagou presentes do Estado do seu bolso e viajou em classe económica em férias com a família.

Durante a conferência de imprensa, acompanhado pelos dois vice-primeiros-ministros e pelos principais membros do Governo da Aliança de Maioria Parlamentar, Xanana Gusmão pediu uma parceria com os órgãos de comunicação social em favor do desenvolvimento de Timor-Leste.

“Quando o nosso povo não pôde falar, os media foram a sua voz”, recordou o primeiro-ministro. “Agora apelamos aos media para trabalharem connosco neste projecto de paz e desenvolvimento em Timor-Leste”, prosseguiu.

A conferência de imprensa, ao fim do dia de hoje no novo palácio do Ministério dos Negócios Estrangeiros, na véspera da comemoração dos dez anos da consulta popular que conduziu Timor-Leste à independência, serviu também para a titular das Finanças, Emília Pires, explicar que as actuais condições de segurança no país permitem avançar a economia e enfrentar a pobreza, que estimou representar metade da população.

Emília Pires aproveitou para explicar que a diferença entre os bons indicadores do crescimento de Timor-Leste nos últimos dois anos e a elevada pobreza se devem a um desfasamento da estatística.

Enquanto os dados do PIB estão actuais, os da pobreza remontam a 2007, ano da posse do actual Governo.

Segundo a ministra das Finanças, a previsão de crescimento para Timor-Leste em 2009 é de mais de sete por cento, apesar da crise global, embora sejam necessários, segundo a governante, pelo menos oito por cento de crescimento ao ano para inverter drasticamente os indicadores de pobreza no país." (Diário Digital / Lusa)

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