Povo vai a votos para eleger chefes locais - Timor-Leste

>> 20091008



Díli - Timor-leste vai a votos sexta-feira para eleger os chefes de suco, numa eleição em que os partidos políticos não podem participar.

Os sucos são circunscrições tradicionais, semelhantes à dimensão de freguesia, cujos chefes deixaram de ser escolhidos por sucessão hereditária, para passarem a ser eleitos por voto secreto, realizando-se as respectivas eleições na sexta-feira.

Apesar de alguns apelos ao boicote eleitoral e de um incidente em Viqueque, com funcionários do secretariado eleitoral, a campanha decorreu num clima de normalidade e é convicção das autoridades que a votação vai decorrer sem sobressaltos.

O próprio Presidente da República, Ramos-Horta, numa comunicação ao país através da televisão, lembrou que se trata de uma eleição apartidária e apelou aos partidos e à sociedade civil colaboração para que as eleições decorram de forma livre e democrática.

"Apelo a todos para que contribuam para mobilizar a população a participar e que o acto eleitoral seja uma escolha livre. Não pode haver manipulação, ameaças e intimidação", disse o Chefe de Estado, assegurando à população que a Polícia Nacional (PNTL) e a Polícia das Nações Unidas (UNPOL) estarão prontas a proteger os eleitores e garantir a segurança.

Ramos-Horta, que dirigiu também uma mensagem às forças policiais para que actuem com profissionalismo, fez referência a "grupos radicais que não se conformam com a democracia" e que "têm tentado intimidar" pessoas nos distritos de Baucau, Viqueque e Covalima, para não participarem no registo eleitoral e na votação, deixando-lhes um conselho:

"Apelo a que, mesmo aqueles que não concordam com o processo por razões ideológicas, mudem de actuação e participem pacificamente porque se houver violência e intimidação serão responsabilizados. As autoridades estarão lá para resolver e garantir que a população possa votar em tranquilidade e sem ameaças", afirmou.

Para facilitar a votação, o Conselho de Ministros decidiu conceder tolerância de ponto aos funcionários públicos e dispensar a população da "limpeza cívica", que decorre todas as sextas-feiras, para facilitar a votação.

A PNTL irá garantir a segurança e vai estar de prevenção nos centros de votação para garantir que as eleições decorrerão sem incidentes, tendo especial atenção aos distritos de Viqueque e Ermera identificados como áreas de risco.

Os candidatos receberam uma verba para a campanha, tendo assinado um "compromisso de paz e amizade" que impôs o respeito mútuo entre as diferentes candidaturas.

Esta é mais vasta operação eleitoral montada pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), segundo disse à Lusa o seu director, Tomás Cabral, já que decorre pela primeira vez em simultâneo nos 442 sucos, dos 66 sub-distritos e 11 distritos.

Ao todo vão estar em funcionamento, entre as 07 horas e as 15 horas, 546 centros de votação e 784 mesas de voto, espalhadas pelo território, num processo apoiado pela Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) com helicópteros e pela TT (Timor Telecom) nas comunicações.

A preparação e realização das eleições dos sucos envolvem mais de cinco mil pessoas, contratadas pelo Estado, além de cerca de mil observadores nacionais e internacionais, e ainda a mobilização de 991 agentes de segurança da PNTL.




in ANGOP Internacional


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